Já estamos no outono! Nesta época, é preciso começar a ficar de olho nas mudanças climáticas para não afetar a produção agropecuária durante o inverno.
Proteger os animais do frio intenso da próxima estação é uma necessidade que passa por cuidados que devem começar agora.
Afinal, quem trabalha com a pecuária sabe que tudo depende do clima, uma vez que ele influencia desde o crescimento do pasto até o aparecimento de doenças no rebanho.
Para saber como preparar-se para este outono-inverno, continue com a leitura.
Tendências meteorológicas para o outono de 2022
O outono começou no dia 20 de março, e seus primeiros meses prometem ser secos, de acordo com o Inmet. Esta é a expectativa para os meses de abril, maio e início de junho.
Isso deve ocorrer em parte do Centro-Sul do Brasil, principalmente entre Santa Catarina, Paraná, parte de São Paulo e também no sul de Minas. Apenas algumas áreas do leste do Rio Grande do Sul podem ter volume de chuvas um pouco acima do normal.
Já para o Centro-Oeste e áreas entre os estados do Norte e Nordeste, a permanência do La Niña deve intensificar as chuvas, fazendo com que fiquem acima da média.
As temperaturas devem ficar dentro da média. No entanto, algumas frentes frias podem causar quedas na temperatura, como é normal a partir da Região Sul, SP, RJ e sul de MG.
Cuidados com os animais
Diante do cenário meteorológico para o começo da estação, é importante colocar em dia a vermifugação do rebanho.
Nas regiões que irão sofrer com as chuvas, o cuidado deve ser intensificado, já que este tipo de clima favorece a persistência de larvas na pastagem, aumentando o risco de verminoses.
Daí a importância de seguir o calendário, e não esquecer nenhuma etapa do processo: o ideal é fazer a vermifugação preventiva no esquema 5-8-11, ou seja, em maio, agosto e novembro.
Nesta época, também há uma mudança de desenvolvimento do capim. Por isso, quem é produtor de leite deve ficar atento.
Além da silagem, napier, cana, ou pastagens de aveia ou azevém, é preciso cuidar da transição do pasto para o cocho.
O produtor de leite deve ficar atento para garantir uma transição tranquila para os animais.
Aspectos como local, tipo de alimento (textura, cheiro, gosto), proximidade de outros animais em ambiente restrito e até a presença humana mais frequente podem provocar algum tipo de “estranhamento” nos animais neste período.
De modo geral, apenas bovinos que estavam passando fome na pastagem vão realizar consumo intenso no primeiro contato com o cocho.
Com algumas recomendações básicas, essa adaptação ao novo manejo pode ocorrer de forma relativamente rápida, em poucos dias. Veja quais são elas a seguir.
1. Pequenas doses por dia
Forneça pequenas quantidades diárias de ração concentrada no local onde os animais ficarão estabulados, ainda durante o período a pasto, para que eles se acostumem com o ambiente.
2. Misture o capim com a forragem
Se houver troca da pastagem por forragem conservada (silagem, pré-secado ou feno), um pouco de capim verde picado, de boa qualidade, misturado no cocho aumenta o consumo dos animais na fase inicial.
3. Caso opte por ração, faça a transição gradual
Se o produtor decidir trabalhar com doses mais altas de ração concentrada, essa introdução deve ser gradual e dividida em um período mínimo de duas semanas, para que o rúmen do animal se adapte a altas dosagens de amido, lipídeos e proteínas.
Com estes cuidados, seus animais vão estar saudáveis para enfrentar bem o inverno.
Afinal, além da boa saúde e da condição corporal adequada, a existência de reservas de gordura no corpo do animal influenciam na sua capacidade de produzir calor e, assim, enfrentar o frio sem sofrimento e sem acarretar prejuízos para o criador.