A pecuária é uma das principais atividades econômicas do Brasil, representando uma parcela significativa do PIB nacional. 

Além de ser uma das mais antigas do planeta, ela é considerada uma das atividades mais produtivas do mundo. 

O Brasil é um dos principais produtores de carne bovina do mundo. Além do país se destacar na exportação de produtos, é um dos países com mais cabeças de gado de corte e leite criadas em seu território.

Segundo o IBGE, em 2021 eram cerca de 224 milhões de bois e vacas no país. Na mesma época, a população brasileira era de 214 milhões. Ou seja: são mais bovinos do que pessoas.

No entanto, a pecuária é uma atividade complexa, que exige o cuidado com o gado e a preocupação de manter a qualidade da carne e do leite entregue.

Continue a leitura e saiba mais sobre os tipos de pecuária existentes no país e quais suas diferenças. 

Tipos de pecuária no Brasil

Existem duas principais categorias na pecuária: corte e leiteira.

A pecuária de corte se concentra na criação de gado destinado à produção de carne, enquanto a pecuária leiteira se dedica à produção de leite e seus derivados, como queijo, manteiga e iogurte.

Além dessas categorias, a pecuária pode ser dividida em intensiva e extensiva, com diferenças significativas em termos de práticas de produção.

A pecuária intensiva se caracteriza por uma produção em larga escala, geralmente em ambientes confinados, onde os animais são alimentados com rações balanceadas e o manejo é altamente controlado. 

Por outro lado, a pecuária extensiva é praticada em áreas abertas, com menor densidade de animais por hectare e dependendo mais dos recursos naturais, como pastagens, para alimentação.

Essa escolha entre pecuária intensiva e extensiva é determinada pelas condições da propriedade, incluindo estrutura e recursos disponíveis, bem como pelos objetivos do produtor rural.

Extensiva

Na pecuária extensiva, o gado é criado em áreas abertas, como pastagens, onde tem acesso a uma variedade de nutrientes necessários para o seu desenvolvimento. 

Devido ao menor investimento exigido, essa prática é bastante popular entre os pecuaristas brasileiros, sendo o método mais tradicional. 

O gado é mantido em grandes áreas de pasto, o que torna a criação mais econômica, já que não demanda investimentos significativos em equipamentos ou estruturas sofisticadas.

Intensiva

Por outro lado, na pecuária intensiva, o gado é mantido em espaços menores, como confinamentos, divididos em lotes e criados em piquetes, currais ou baias. 

Nesse sistema, a alimentação é cuidadosamente balanceada, com o objetivo de atender às necessidades específicas do gado de corte ou leiteiro. 

Suplementos podem ser utilizados para otimizar o crescimento ou a produção de leite, sempre seguindo orientações de veterinários e especialistas.

O confinamento permite um controle mais preciso da alimentação e da saúde dos animais, resultando em um desenvolvimento mais eficiente e em uma maior produtividade e rentabilidade.

Novos tipos de pecuária

Com o avanço tecnológico e uma crescente consciência ambiental, a pecuária está passando por mudanças significativas. 

Novas abordagens surgem como alternativas aos métodos tradicionais, priorizando não apenas a produção de alimentos, mas também o bem-estar dos animais e a sustentabilidade. 

A pecuária orgânica, a pecuária sustentável e a pecuária regenerativa são exemplos dessas novas práticas que estão ganhando destaque. 

Elas respondem à demanda por produtos mais saudáveis e sustentáveis, enquanto oferecem soluções para os desafios ambientais enfrentados pela pecuária convencional.

Pecuária Orgânica

A pecuária orgânica tem ganhado destaque no Brasil devido à sua abordagem sustentável e aos benefícios que oferece. 

Ao contrário dos métodos tradicionais, prioriza o bem-estar animal, a preservação ambiental e a saúde pública. 

Nesse sistema, os animais são criados sem o uso de produtos químicos, hormônios ou antibióticos, alimentados com pastagens orgânicas e suplementos naturais. 

A crescente demanda por produtos mais saudáveis e sustentáveis impulsiona essa prática, com produtores seguindo padrões rigorosos de certificação orgânica para garantir a qualidade e rastreabilidade dos produtos.

Pecuária Sustentável

Similar à pecuária orgânica, a pecuária sustentável visa promover o uso responsável dos recursos naturais e condições de trabalho justas. 

Estratégias como a integração lavoura-pecuária-floresta são adotadas para desenvolver sistemas produtivos mais resilientes. 

Os produtores que optam por essa abordagem contribuem para a conservação do solo, proteção dos recursos hídricos e promoção da biodiversidade.

Pecuária Regenerativa

A pecuária regenerativa é uma abordagem inovadora que busca restaurar ecossistemas e reduzir o impacto ambiental da atividade pecuária. 

Prioriza a integração harmoniosa dos animais com o meio ambiente, promovendo a recuperação do solo, diversidade vegetal e conservação da água. 

Práticas como rotação de pastagens e sistemas silvipastoris são empregadas para aumentar a fertilidade do solo, capturar carbono e promover a biodiversidade. 

Embora ofereça diversos benefícios, ainda não é amplamente adotada, porque demanda um grande suporte financeiro e técnico para sua expansão.

Tendências futuras nos tipos de pecuária

A pecuária está em constante evolução, impulsionada pela crescente demanda por alimentos mais sustentáveis, avanços tecnológicos e mudanças nas preferências dos consumidores. 

Entre as tendências futuras na criação de gado, destacam-se o uso de tecnologias de monitoramento e rastreabilidade, a adoção de práticas de manejo mais sustentáveis e a busca por sistemas de produção mais eficientes e econômicos.

Para os criadores, é fundamental estar atualizado sobre essas tendências e inovações do setor, a fim de permanecer competitivos e atender às demandas em constante mudança do mercado.